Agropacto discute saídas para crise no abastecimento de água
Quadro de seca e de desabastecimento no interior do Estado foram os temas da reunião do Agropacto, que integra produtores da agropecuária cearense, nesta terça-feira, dia 6 de dezembro, na Assembleia Legislativa. O objetivo é discutir perspectivas para o setor de as chuvas não vierem no próximo ano.
Cinco anos seguidos de seca no Ceará têm sido suficientes para prejuízos consideráveis no setor do agronegócio do Estado. O principal deles, a redução de postos de trabalho. “Já são mais de cinco mil a menos este ano. Um quadro preocupante para os produtores”, ponderou Flávio Saboya, presidente do Agropacto.
A reserva hídrica no Ceará é de menos de 8% nos reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos, a Cogerh. Sem água para o setor produtivo, o rebanho está ameaçado.
Para agravar a situação, a transposição do São Francisco até o Ceará não será mais possível para 2017. “Como as obras estão suspensas, mesmo que fossem retomadas hoje, seria necessário pelo menos um ano para concretizar a chegada da água no Estado”, afirmou Carlos Matos, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Transposição do São Francisco.
O Governo do Estado diz estar investindo em perfuração de poços profundos no interior e a construção de adutoras. “A prioridade num quadro de seca é garantir o abastecimento humano”, disse Dedé Teixeira, secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado.