Delações da Odebrecht põem medo em políticos e assessores em Brasília
A avalanche das delações da Odebrecht tem colocado políticos e assessores em polvorosa em Brasília. O poder de destruição dos cerca de 900 depoimentos judiciais ameaça, inclusive, o governo do presidente Michel Temer, que tenta emplacar a Reforma da Previdência em um Congresso concentrado em diversas iniciativas para discriminar o caixa dois em campanhas eleitorais.
Na semana que passou, o Supremo Tribunal Federal aceitou uma ação contra o senador Valdir Raupp, do PMDB de Temer, por entender que há indícios de ilegalidade na origem de doações registradas de campanha. A decisão ampliou o raio de ação e os potenciais afetados pela Operação Lava Jato, que investiga os subornos envolvendo a Petrobras.
O pior para o Governo é que o clima em Brasília, antes das denúncias que serão apresentadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já começa a afetar o calendário de reformas de Temer.
A Lava Jato revelou um vasto esquema de corrupção tendo como base a Petrobras, que envolveu doações diretas de campanha e dinheiro de caixa dois. Analistas políticos avaliam que, com tanto em jogo, o futuro da maior operação de combate à corrupção no Brasil não está assegurado.