Por que o Palácio do Planalto quer tanto proteger Loures?
O ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio, rejeitou o convite para assumir o Ministério da Transparência e retornará à Câmara dos Deputados. O ex-ministro foi convidado pelo presidente Michel Temer para comandar pasta, mas recusou. A decisão de Serraglio tira foro privilegiado do suplente Rodrigo Rocha Loures.
Isso porque ele assumiu uma cadeira na Câmara em março, quando Serraglio foi nomeado para o Ministério da Justiça.
Loures é ex-assessor especial de Temer e foi flagrado pela Polícia Federal carregando uma mala com R$ 500 mil em propina pagos pelo empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.
Agora, o Palácio do Planalto tenta nomear um deputado federal do PMDB do Paraná para os ministérios da Transparência ou da Cultura para que Rodrigo Rocha Loures não perca o foro privilegiado. Loures tem muito a contar à Justiça, caso venha a aderir a uma delação premiada. Mesmo assim, Temer diz que não tem envolvimento com o conteúdo da gravação de Loures.
Nesta terça-feira, dia 30 de maio, o ministro Edson Fachin decidiu separar a investigação do senador Aécio Neves do inquérito de Michel Temer, que também inclui o deputado Rodrigo Rocha Loures. Aécio, Temer e Loures são investigados no STF por suspeita de corrupção, organização criminosa e obstrução de justiça.
Temer será ouvido pela Polícia Federal, após autorização do STF. O interrogatório, pedido pela Procuradoria Geral da República, poderá ser feito por escrito e respondido pelo presidente 24 horas após a entrega das perguntas pela PF.