Cunha fica mais distante de firmar um acordo de delação
O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso em Curitiba, parece que não quer falar o que sabe. Com isso, está cada vez mais distante um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República.
A PGR já avisou à defesa de Cunha que a delação premiada do peemedebista não será firmada durante a gestão de Rodrigo Janot. O procurador-geral da República deixa o cargo em 18 de setembro, quando passa o comando do Ministério Público Federal para Raquel Dodge. Até lá, Cunha não deve voltar a negociar o acordo.
A situação do ex-deputado é considerada crítica, pois a Lava Jato já obteve muitas informações, usadas nas denúncias contra ele, antes da disposição de Cunha para negociar um acordo. Investigadores costumavam dizer que Cunha só poderia fechar um acordo de delação se aceitasse falar sobre lideranças políticas em cargo superior ao dele próprio. Mas, segundo fontes envolvidas nas negociações do acordo, o ex-presidente da Câmara omitiu informações sobre aliados durante as tratativas e acusou apenas figuras com as quais rompeu nos últimos meses antes de sua prisão. Ele também teria apresentado poucas provas para as denúncias que prometia fazer.