Começa o rito da segunda denúncia contra Temer na Câmara
Na denúncia anterior do ex-procurador Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, o rito de análise da denúncia na Câmara Federal demorou 36 dias até a sua rejeição. Agora, com a segunda denúncia que deve ser lida em plenário nesta sexta-feira, dia 22 de setembro, espera-se um processo ainda mais desgastante para o Palácio do Planalto.
E há fatores que favorecem para isso. Temer foi denunciado ao STF pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça. Na análise da primeira denúncia, Temer teve trabalho para buscar uma maioria. Gastou o que tinha e o que não tinha em emendas parlamentares e distribuição de cargos. Vai ter esse mesmo cacife de novo? Tem muito deputado federal da base preocupado em não se reeleger por estar apoiando um presidente que tem apenas 3% de popularidade no País.
Outra questão: A segunda denúncia terá que passar pelo crivo dos deputados federais decidindo se o Supremo pode ou não abrir processo contra Temer. Na vez anterior, Temer teve todo o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que é do DEM. Por coincidência ou não, Mais disparou agora insatisfação contra o Planalto pelo assédio do PMDB a parlamentares que estão compromissados com o DEM.
Resta saber até onde vai essa fidelidade de Rodrigo Maia a Temer, levando em conta que é o próprio Maia a ser o homem a sentar interinamente na cadeira de Presidente da República diante de um eventual afastamento de Michel Temer.