Operação Medicar descobre fraude em compra de medicamentos na Sesa
A Polícia Civil do Ceará realizou nesta quinta-feira, dia 19 de outubro, a Operação Medicar, que apura fraudes na compra de medicamentos e materiais médico-hospitalares pela Secretaria de Saúde do Estado. Pela manhã, foram cumpridos três mandados de prisão temporária e diversos de busca e apreensão em empresas envolvidas.
De acordo com a investigação iniciada no ano passado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, do Ministério Público (Gaeco), as empresas envolvidas no esquema receberam do Estado mais de R$ 48 milhões de reais entre 2015 e 2017. A operação aponta o pagamento de contratos com valor abaixo do mercado, firmados em licitações irregulares com objetivo de entregar produtos diversos ou de qualidade inferior àqueles contratados pela Secretaria de Saúde. “Essa investigação partiu de uma denúncia. Por isso é importante apontar quando se observa irregularidades”, disse Gleydson Alexandre, procurador do Ministério Público de Contas.
Na parte da manhã, policiais cumpriram os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em empresas envolvidas e também na sede da Secretaria de Saúde do Estado, na Praia de Iracema, de onde foram levados documentos. Estão presos Walecia Diana Gadelha Maia, servidora da Sesa, e o empresário Francisco Reginaldo Alencar Costa. “Um segundo empresário fugiu”, afirmou Márcio Gutierrez, delegado da Polícia Civil.
Os investigados são suspeitos de cometer crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informação, falsidade ideológica e fraude a licitação. O prazo de prisão temporária é de cinco dias.
Há outros servidores da Secretaria de Saúde do Estado investigados de participação na fraude ao lançar informações falsas nos sistemas de controle. Também teriam sido feitos pagamentos a fornecedores antes da entrega das mercadorias.
“Estamos investigando a possível participação de outros servidores”, admitiu Rinaldo Janja, promotor do Gaeco.