Juiz Sérgio Moro adere ao Governo Bolsonaro. Tem mais a perder ou a ganhar?

  • 02/11/2018

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O juiz federal Sérgio Moro deixa o posto de principal estrela da Lava Jato para assumir o comando do Ministério da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Resolveu deixar o Judiciário para entrar de vez na política. Tem mais a perder ou a ganhar?

Está claro que Moro, ao aceitar o convite de Bolsonaro, está de olho em uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O mesmo aconteceu recentemente com Alexandre de Moraes que foi ministro de Temer e, na sequência, indicado para o STF.

Só o que o desafio para Sérgio Moro é assumir uma pasta ampliada no Ministério da Justiça, com funções que vão desde o controle de presídios até a Polícia Federal. Tarefa fácil? Que nada. Dificílima. Agora, Moro deixa o papel de juiz para ocupar a função de gestor. Terá de fazer a máquina pública funcionar, sob pena de virar alvo da mídia e da opinião pública.

Sobre a sua indicação por Bolsonaro, Sérgio Moro deu fôlego aos críticos que apontam motivação política em sua atuação como magistrado. Principalmente, o PT. Moro conduziu o processo que desencadeou na prisão de Lula, divulgou a delação de Antônio Palocci às vésperas do 1° turno das Eleições 2018, sem contar as conversas telefônicas reservadas entre Lula e Dilma na época do impeachment. Condutas bastantes questionáveis para um juiz federal, que comanda a principal operação de combate à corrupção no País. A nomeação dele gerou até questionamentos na mídia internacional.

O sucesso de Sérgio Moro no ampliado Ministério da Justiça depende dele, como também do desempenho do Governo Bolsonaro. Os desafios são muitos e os eleitores prometem cobrar resultados. A qualquer deslize, o juiz federal se transformará em alvo.

Quanto a Operação Lava Jato, quem deve assumir em um primeiro momento o andamento dos processos na primeira instância é a juíza substituta Gabriela Hardt.