Efeitos das prisões no caso Marielle Franco incendeiam ainda mais o clima entre os Bolsonaros

  • 13/03/2019

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Se já não bastassem a inoperância das ações governamentais e a interferência inoportuna dos filhos, o presidente Jair Bolsonaro tem mais uma dor de cabeça a enfrentar nos próximos dias. Os desdobramentos das investigações do crime contra a vereadora carioca Marielle Franco aproximam os acusados de membros da família Bolsonaro. Podem ser apenas coincidências, mas os fatos só servem para incendiar ainda mais o clima político em Brasília, que não anda nada favorável ao presidente.
Dois dias antes de completar um ano do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, a polícia prendeu dois suspeitos pelo crime. Ronie Lessa, policial militar reformado, e Elcio Vieira de Queiroz, expulso da Polícia Militar, foram denunciados por homicídio qualificado de Marielle e do motorista Anderson Gomes e por tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que também estava no carro. Segundo o Ministério Público, os dois têm extensa ficha criminal e ligação com milícias no Rio.
Ronie Lessa mora no mesmo condomínio onde Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio. Nas redes sociais, Élcio Queiroz se apresenta como simpatizante do presidente. Ele curte as páginas oficiais do PSL Carioca, do senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) e de Eduardo Bolsonaro. O delegado que investiga o caso ainda confirmou que uma filha de Ronie Lessa manteve um relacionamento com um dos filhos de Bolsonaro.
As investigações em torno dos mandantes do crime da vereadora e do motorista dela devem ser aprofundadas. Acredita-se que os presos podem fazer delação premiada. Para a família Bolsonaro, qualquer nova informação que a aproxime dos acusados representa ainda mais desgaste político. O clima nos bastidores de Brasília é de espera pelos próximos capítulos da investigação.