Diálogos mostram Dallagnol tentando ação contra senador petista às vésperas do 2° turno das eleições presidenciais
Novas conversas divulgadas pelo site “The Intercept Brasil”, na noite desta sexta-feira, dia 28 de junho, mostram diálogos entre procuradores direcionados a ações contra o PT, três dias antes do segundo turno das eleições de 2018 entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Nas mensagens, o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol tentou forçar a mão para provocar ações de busca e apreensão contra o atual senador Jaques Wagner, do PT da Bahia. Em uma das conversas, Deltan pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca… Temos alguma chance?”
Em sua coluna deste sábado, a jornalista Mônica Bergamo revela que o procurador Deltan Dallagnol demonstrou, em diálogos com colegas da Lava Jato, em outubro de 2018, que era preciso acelerar ações contra o petista Jaques Wagner – ele tinha acabado de se eleger senador pela Bahia e tomaria posse em fevereiro. Para Deltan, valeria fazer busca e apreensão sobre o político ‘por questão simbólica’, segundo informa a jornalista.
Em outra gravação divulgada, procuradores do Ministério Público Federal criticavam o então juiz Sergio Moro às vésperas do convite para assumir o Ministério da Justiça.
Preocupados com a entrada de Moro na política, que poderia prejudicar a credibilidade da Lava Jato, os procuradores criticavam violações éticas do hoje Ministro da Justiça.
Em um diálogo de 1º de novembro, momentos antes da confirmação da ida de Moro ao governo de Jair Bolsonaro, a procuradora Monique Cheker escreveu em um grupo intitulado BD. “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”, escreveu. Em outro grupo, a procuradora Jerusa Viercili, da força-tarefa em Curitiba, escreveu: “Acho péssimo. Só dá ênfase às alegações de parcialidade e partidarismo”.