Mesmo como parte envolvida, Moro comanda investigação da PF e recebe críticas no STF
A investigação da Polícia Federal sobre o caso dos suspeitos de invadir os celulares de várias autoridades no País prossegue, mas um fato vem causando desconforto em membros do Judiciário: o envolvimento direto do ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro.
O ex-juiz é parte envolvida, porque tem gravações no vazamento de mensagens em conversas pouco republicanas com membros do Ministério Público, onde conduz processos da Lava Jato.
À frente do caso dos ataques hackers a autoridades, a postura de Moro tem causado desconforto entre membros do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com uma fonte do STF, ouvida pela Folha de São Paulo, Sérgio Moro tem confundido suas funções com as de um “delegado da Polícia Federal, que conduz a investigação, e do juiz, que deveria tomar este tipo de decisão”. Uma investigação que envolve autoridades com foro privilegiado deveria ser tratada no STJ (Superior Tribunal de Justiça), ou no STF e que Moro deveria se retirar do caso, por também ser parte envolvida.
A ameaça de Moro de destruir o material gravado pelos suspeitos de hackeamento também gerou reação. O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, disseque só o Judiciário pode decidir se haverá destruição das mensagens obtidas.