OAB e ABI denunciam postura “inconstitucional” e “abusiva” de Moro em investigação da PF

  • 26/07/2019

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Entidades como OAB e ABI têm se manifestado de forma crítica ao comportamento do ministro da Justiça, Sérgio Moro, na investigação da Polícia Federal no caso dos suspeitos de hackear mensagens de autoridades. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou que o ministro da Justiça atua como “chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas”. Reação de Felipe Santa Cruz veio na esteira da revelação de que Moro telefonou para autoridades que teriam alvo dos supostos hackers presos pela Polícia Federal esta semana e informou que as mensagens obtidas seriam destruídas para que a privacidade delas fosse preservada. “Usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas”, disse Santa Cruz.
Nesta sexta-feira, dia 26 de julho, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, publicou no Diário Oficial da União uma portaria que dispõe sobre impedimento de entrada no país, repatriação, deportação sumária de pessoas perigosas ou que tenham praticado atos contrários à Constituição.
A Associação Brasileira de Impresa (ABI) classificou como “inconstitucional” e “abuso de poder” a Portaria 666 de Sérgio Moro; em nota assinada pelo presidente, Paulo Jerônimo, ABI diz que tomará medidas no campo judicial, “caso a portaria seja usada para atingir Greenwald, em mais um caso de arbítrio e de atentado à liberdade de imprensa”.
O jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, disse que a fonte que repassou conversas de autoridades da Lava Jato ao site afirmou que não pagou pelos dados nem pediu dinheiro a ele em troca do material. Glenn revelou à revista Veja trechos de diálogo que manteve com a pessoa que repassou as mensagens vazadas a ele.