Situação de Sérgio Moro no Governo é de desgaste e já há quem aposte em saída do ministro
As interferências do presidente Jair Bolsonaro em órgãos como Polícia Federal, Coaf e Receita Federal não causaram incômodo só aos servidores dessas instituições. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, ainda se mantém calado, mas o desgaste dele é evidente. Além das revelações da “Vaza Jato”, em que Moro aparece em ações pouco institucionais com membros do Ministério Público, o ministro tem sofrido seguidas derrotas no Governo ao ponto de Bolsonaro desautorizar falas do Moro quanto a indicações de cargos na PF. “Quem manda no Governo sou eu”, disse o presidente.
Matéria do Jornal O Globo mostra neste sábado, dia 24 de agosto, que o clima entre Bolsonaro e Moro não é dos melhores. “Se o senhor não pode ajudar, por favor não atrapalhe”, disse Bolsonaro a Moro, numa tensa reunião ocorrida em 28 de julho, segundo relato do jornalista Jailton Carvalho. O estopim da crise foi um pedido feito por Moro ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, para que ele revisse uma decisão que blindou o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), envolvido no caso Queiroz.
Além da revelação de que Jair Bolsonaro pode inviabilizar a presença de Moro no Governo, a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, analisa em sua coluna que a cúpula da PF também aposta na saída do ex-juiz caso o Palácio do Planalto decida mesmo interferir na superintendência do Rio de Janeiro, para abafar o caso Queiroz, ou demitir o diretor-geral Maurício Valeixo, indicado por Moro.