Lava Jato omitiu diálogos de Lula para impedir sua posse na Casa Civil do Governo Dilma, diz Folha/Intercept
Nova reportagem publicada pela Folha de S. Paulo em parceria com o site The Intercept Brasil mostrou que conversas do ex-presidente Lula gravadas pela Polícia Federal em 2016 e mantidas em sigilo desde então, enfraquecem a tese usada pelo hoje ministro Sergio Moro para justificar a decisão mais controversa que ele tomou como juiz à frente da Lava Jato, que resultou na suspensão da posse de Lula como ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff.
De acordo com a matéria, os diálogos, que incluem conversas de Lula com políticos, sindicalistas e o então vice-presidente Michel Temer, revelam que o petista disse a diferentes interlocutores naquele dia que relutou em aceitar o convite de Dilma para ser ministro e só o aceitou após sofrer pressões de aliados.
O grampo ilegal do então juiz Sérgio Moro da conversa entre Dilma e Lula foi divulgado pela Globo no dia 16 de março de 2016, mas com apenas parte do material obtido pela Polícia Federal. Com base nas conversas divulgadas pelo ex-juiz, o ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou a posse de Lula dois dias depois, em 18 de março.
Em nota, o PT diz que “as conversas que a Lava Jato escondeu provam, mais uma vez, como era falsa a tese de “desvio de finalidade”, utilizada para proibir a nomeação de Lula”.
Ainda neste domingo, dia 8 de setembro, o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, reafirmou nas suas redes sociais: “Como eu disse há meses – com base na minha experiência em relatar o arquivo Snowden – algumas das revelações mais importantes com grandes vazamentos ocorrem no quarto, quinto e sexto meses. Tem muitas outras”.