O que o discurso agressivo de Bolsonaro na ONU pode trazer de consequências para o Brasil?
Depois de um discurso agressivo e cheio de viés ideológico de extrema-direita na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro se mostrou satisfeito. Afinal, agradou aos seus seguidores que não acreditam em diplomacia com o resto do mundo. Tudo tem de ser resolvido na base do grito e dos murros na mesa.
No entanto, fora da bolha bolsonarista, a repercussão do discurso do presidente brasileiro na ONU foi o pior possível. Ataques ao trabalho de médicos cubanos no Brasil, exaltação da ditadura militar no País, críticas ácidas a lideranças indígenas e a falta de reconhecimento dos problemas de devastação ambiental na Amazônia são apenas alguns pontos que deixam Jair Bolsonaro na contramão do que pensam os principais líderes mundiais. Para Bolsonaro, só resta o Donald Trump, que está mais preocupado com sua queda de popularidade nos EUA.
Na imprensa internacional que foi chamada de “mentirosa” por Bolsonaro, as negativas do presidente sobre a crise amazônica receberam amplo destaque, por conta das fotos de satélite, inclusive da Nasa, que registraram o aumento dos incêndios e desmatamento nos últimos dois meses no Brasil.
Só pra citar o correspondente do jornal britânico The Guardian, Tom Phillips, ele disse que diplomatas jamais imaginariam um discurso “tão arrogante, cheio de bílis e verdadeiramente calamitoso para o lugar do Brasil no mundo” .
Resta saber agora o que essa “metralhadora giratória” trará de mais prejuízos para o País. Entre diplomatas, a opinião geral é que o teor do discurso proferido por Bolsonaro deverá ampliar a tendência de isolamento internacional do Brasil.