Denúncias contra integrantes do Governo fazem Bolsonaro disparar contra a imprensa

  • 09/10/2019

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As últimas denúncias envolvendo integrantes do Governo Federal fizeram, mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro radicalizar seu discurso público contra a imprensa. Na realidade, o Presidente da República tenta blindar o governo e evitar desgaste de imagem com os casos de corrupção e as irregularidades apontadas contra assessores diretos.
Nos episódios mais recentes estão a operação da Polícia Federal contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), por suspeita de desvios em obras públicas. Bolsonaro manteve Coelho na liderança do Senado e disse que não falaria mais com a imprensa.
Nesta semana, Bolsonaro disse que a Folha de S. Paulo foi “às profundezas do esgoto”, porque o jornal publicou que há indícios de que a campanha eleitoral do então candidato a presidente recebeu recursos via caixa 2 do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais. O ministro do Turismo, Álvaro Antônio, foi indiciado pela PF mas continua no Governo, prestigiado por Bolsonaro. Ele classificou a cobertura da imprensa no episódio de “fétida”.
Para completar a semana, Bolsonaro entrou em rota de colisão dentro do próprio partido, o PSL. O incômodo de Bolsonaro com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, de Pernambuco, aumentou após a Folha de S. Paulo revelar que, durante a apuração sobre o laranjal na seção mineira da sigla, a PF encontrou menções à campanha dele. Bolsonaro diz que Bivar está “queimado” e não descarta deixar o partido.
Nos bastidores do PSL, no entanto, se especula que por trás dos ataques de Jair Bolsonaro ao presidente nacional Luciano Bivar está a disputa pelo controle de R$ 359 milhões que o PSL terá à disposição em 2020, ano de eleições municipais. O valor é a soma das quantias dos fundos Partidário e Eleitoral que cabem ao partido.