Impasse entre Governo e PMs amotinados continua. Prisão de 43 policiais é mantida pela Justiça
Decisão do juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho manteve a prisão de 43 PMs do Ceará envolvidos em motins. A prisão em flagrante dos agentes foi convertida em prisão preventiva, após audiência de custódia. Nesta sexta-feira, dia 28 de fevereiro, o motim dos policiais militares chegou ao 11° dia.
Reuniões entre a comissão formada por Governo, Assembleia, Ministério Público e OAB com o representante dos amotinados ainda não chegaram a um acordo. Os PMs querem anistia geral dos crimes militares e aumento na proposta salarial já oferecida pelo Estado.
Diante do impasse, a segurança nas ruas vem sendo reforçada pelas Forças Armadas, mas a GLO – Garantia da Lei e da Ordem termina nesta sexta-feira. A permanência do Exército e da Força Nacional de Segurança ainda é incerta. Em live realizada nesta quinta-feira, dia 27, o presidente Jair Bolsonaro se saiu com esta: “A gente espera que o Governo resolva o problema da Polícia Militar do Ceará e bote um ponto final nessa questão. GLO não é para ficar eternamente atendendo um ou mais governadores”. Como se o Governo do Ceará já não estivesse negociando desde antes do motim.
Bolsonaro acaba colocando ainda mais pressão sobre governadores de outros 11 estados brasileiros que estão em negociação salarial com militares. Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) está concedendo um aumento de 42% para os PMs com o caixa do Estado totalmente quebrado. Não pagou nem o 13° do funcionalismo em 2019. Como vai garantir o cumprimento do reajuste?
Se a situação de motins se espalhar pelo País, aí sim, vamos acompanhar um caos. O alto índice de homicídios ocorridos no Ceará, desde que se iniciou o movimento dos amotinados, está aí pra comprovar.