Bolsonaro sobe o tom contra governadores, ataca a imprensa e defende reabertura do comércio e das escolas
O discurso do presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento no rádio e na TV, na noite desta terça-feira, dia 24 de março, vai de encontro ao que defendem os chefes de Estado de todo o mundo. Até mesmo o ídolo dele, o presidente dos EUA, Donald Trump. Bolsonaro quer o fim do confinamento. Totalmente contra o que vem sendo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Bolsonaro voltou a minimizar a gravidade da pandemia do novo coronavírus e defendeu a reabertura do comércio e das escolas. Uma fala que beira a irresponsabilidade diante do crescimento de casos da doença no País. E com mortes. No Brasil são 2.201 casos confirmados com 46 mortos.
Bolsonaro desdenhou novamente com o coronavírus, comparando a pandemia a uma “gripezinha” ou “resfriadinho”. Ele quer que prefeitos e governadores abandonem “o conceito de terra arrasada”. O Presidente da República ainda defendeu a volta do funcionamento das escolas. “O grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos”, afirmou Bolsonaro. Na falta de argumentos para enfrentar o problema, voltou a atacar a mídia, que vem cumprindo o seu papel de informar a população e mostrar a realidade do que vem ocorrendo no mundo.
É impressionante a falta de preocupação de Bolsonaro com a população mais pobre, com os mais vulneráveis, com os idosos. É de uma falta de humanidade sem precedentes. Como um discurso com esse conteúdo, em momento de uma crise de saúde pública, pode partir do Chefe da Nação? As consequências ainda são imprevisíveis. Mas, não tenho dúvidas, serão gravíssimas.
No momento do pronunciamento de Bolsonaro, panelaços voltaram a ser ouvidos em várias capitais do País, como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza.