Saída de mais um ministro da Saúde gera cenário de incertezas entre governadores diante do agravamento da pandemia da Covid-19
O cenário no Ministério da Saúde é de incertezas após a saída de Nelson Teich do comando da pasta. O presidente Jair Bolsonaro já deixou claro que quer alguém alinhado ao pensamento dele: afrouxar de vez o isolamento social e criar protocolo do uso da cloroquina pelo Ministério, apesar de todos os estudos internacionais, até agora, apontarem para uma ineficácia (e até riscos graves) do remédio no tratamento da Covid-19. O general Eduardo Pazuello, que já era o secretário executivo da Saúde, e a médica oncologista Nise Yamaguchi são os favoritos para assumir o comando do Ministério.
Governadores de todo o País estão preocupados diante da falta de um plano nacional de combate à pandemia no Ministério da Saúde, que não consegue atender às demandas dos estados. Só na abertura de leitos de UTI, a pasta só cumpriu 11% do que prometeu até os 10 primeiros dias de maio. No Ceará, o governador Camilo Santana mostra preocupação com o troca-troca de ministros. “A gente espera que o Ministério da Saúde possa assumir um papel de orientação, discutindo o isolamento social, discutindo regras e aplicando protocolos. Esperamos que o próximo ministro possa liderar as ações do país em parceria com os estados”, disse.
Apesar do “Lockdown”, a taxa de isolamento social no Ceará chegou ao patamar de 50,15% nesta sexta-feira, dia 15 de maio. Camilo Santana quer atingir a meta de 70%.
A situação da pandemia se agrava a cada dia. Nesta sexta-feira, o Ceará registrou um novo recorde de mortes por coronavírus: 153 em 24 horas. São 1.993 novos casos confirmados. No total, já são contabilizados no Estado 1.566 óbitos e 23.059 casos.
O Brasil registrou mais 15.305 casos confirmados da Covid-19, chegando a 218.223 no total. É o maior número de novos diagnósticos em um único dia. O número de mortes atualizado, por sua vez, é de 14.817, com 824 óbitos confirmados nas últimas 24 horas.