Enquanto Jair Bolsonaro insiste em protestos contra STF e Congresso, torcidas organizadas de São Paulo se unem na defesa pela democracia
A insistência do presidente Jair Bolsonaro de apoiar e participar de protestos antidemocráticos que defendem a volta ditadura, fechamento do STF e do Congresso, torcidas organizadas de São Paulo se uniram para reagir na defesa da democracia no País. Torcedores de diversos grupos organizados dos quatro clubes paulistas mais tradicionais – Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo – ocuparam parte da avenida Paulista durante a tarde deste domingo, dia 31 de maio, e enfrentaram manifestantes favoráveis a Bolsonaro, que portavam bandeiras neonazistas.
“Nossa ideia agora é ser um ‘gatilho de pólvora’. É riscar o primeiro fósforo, já que os partidos de oposição e movimentos populares não se manifestam. Entendemos que tem pandemia, mas chega uma hora que temos que mostrar que o povo quer democracia. Nós somos 70%. Não é possível que 30% vão impor vontade de ditadura militar”, destacou Chico Malfitani, um dos fundadores da torcida Gaviões de Fiel.
Enquanto isso, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro voltou a participar de manifestação à favor da ditadura militar com uso de helicóptero e até de cavalos. Ação condenada pelo ministro do STF, Gilmar Mendes. “Acho tudo isso preocupante e já tive até oportunidade de dizer ao próprio presidente da República que me parecia extremamente inadequado ele participar de manifestações que clamavam pelo fechamento do Congresso, do STF e por qualquer medida antidemocrática”, disse Gilmar Mendes.
O pior em todo esse cenário é a insensibilidade do chefe da Nação diante do aumento de mortes pela Covid-19. O Brasil ultrapassou a marca de 500 mil casos de coronavírus neste domingo e registrou 480 novas mortes, de acordo com os dados informados pelo Ministério da Saúde. Foram reportados 16.409 novos casos em 24 horas, levando o total de infecções no país a 514.849. O Brasil é o segundo país com maior número de casos de coronavírus, atrás apenas dos Estados Unidos com mais de 1,7 milhão de infecções.