Auxílio emergencial, aliança com o Centrão e mudança de postura ajudam Bolsonaro a se recuperar nas pesquisas. Até quando?
O resultado da última pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, dia 14 de agosto, mostrou uma recuperação do presidente Jair Bolsonaro nos índices de popularidade, principalmente, no Nordeste, onde ele teve pior desempenho nas eleições de 2018. Caiu também o seu índice de rejeição, que ficou um pouco menor que o de aprovação.
A mudança no quadro, em pleno auge da pandemia do coronavírus no País, está sendo creditada pelos analistas políticos e econômicos à concessão do auxílio emergencial de R$ 600 para a classe de desempregados e desassistidos, que estão recorrendo a este benefício para pelo menos ter comida em casa. Bolsonaro recebe os méritos, mas não custa lembrar que a sua equipe econômica, via Paulo Guedes, queria pagar R$ 200. Graças ao Congresso Nacional, o valor subiu.
A aproximação com o chamado Centrão no Congresso e a mudança de postura nas redes sociais, com menos ataques às instituições, também ajudaram Bolsonaro a melhorar os índices de aceitação. Também vale lembrar que o recuo do presidente no enfrentamento ao STF se deu após a prisão de Fabrício Queiroz, considerado “homem-bomba” do clã Bolsonaro.
Nessas três frentes, resta saber até quando vai durar essa “lua de mel” de Bolsonaro com as pesquisas. No caso do pagamento do auxílio emergencial, até quando Governo Federal vai conseguir estender o pagamento do benefício com o caixa do Tesouro já quebrado? Vai ter que retirar de outro setor ou criar imposto novo para bancar o pagamento. E o que é pior: corre o risco de furar o teto de gastos, o que o ministro da Economia, Paulo Guedes, alinhado com o mercado financeiro, é totalmente contra.
Em relação a aliança com os partidos do Centrão, Bolsonaro terá que “abrir a mão” para manter o apoio no Congresso. Isso significa ministérios e mais cargos no segundo e terceiro escalões do Governo. O apoio da ala fisiológica do Parlamento sempre sai muito caro.
E por fim, a preocupação de Bolsonaro com o avanço das investigações em torno da família, que cada vez ficam mais próximas do Palácio do Planalto. O caso das rachadinhas envolvendo o filho Flávio Bolsonaro, no Rio de Janeiro, tem levantamento adiantado pelo Ministério Público ligando a família a milícias e operações financeiras ilegais. Ainda há o inquérito das fake news no STF que podem resultar em questionamentos quanto a campanha eleitoral que elegeu a chapa Bolsonaro/Mourão.
Ou seja, até quando vai durar a lua de mel com as pesquisas de opinião?
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