Ex-ministro da Saúde, Luiz Mandetta, lança livro onde reafirma o negacionismo de Bolsonaro desde o início da pandemia
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, lança o livro “Um Paciente Chamado Brasil”, nesta sexta-feira, dia 25 de setembro, pela editora Objetiva, do grupo Companhia das Letras. No livro, ele relata os 90 dias em que esteve como ministro da Saúde e enfrentou a primeira fase da pandemia do coronavírus no Brasil, até sua fritura pública e demissão por Bolsonaro.
Mandetta reafirma na obra que o presidente Jair Bolsonaro se mantinha alheio às discussões sobre a pandemia, enquanto ele debatia o assunto com outros ministros. “Ele nunca aceitou sentar comigo para ver a realidade que o seu governo estava para enfrentar”, diz o ex-ministro da Saúde.
Luiz Henrique Mandetta conta ainda que alertou Bolsonaro sobre a possibilidade do Brasil atingir o número de 180 mil óbitos causados pela Covid-19, mas recebeu uma reação “negacionista e raivosa” do governante. Hoje, o País atinge 4,6 milhões de casos da Covid-19, com quase 140 mil óbitos.
Mesmo assim, a postura de Bolsonaro continua a mesma. Tenta transferir a culpa das mortes para governadores e prefeitos, como se a União não tivesse qualquer responsabilidade na definição de diretrizes para combater a pandemia, além de não perder a oportunidade de promover aglomerações e ironizar quem toma os devidos cuidados com a doença, a exemplo do que acontece em todo o mundo.
Em uma live nesta quinta-feira, dia 24 de setembro, ironizou a “alta cúpula do poder” de Brasília por usar máscara de proteção facial e, mesmo assim, pegar o coronavírus. Vários ministros e políticos próximos a Bolsonaro pegaram Covid-19 ao longo de seis meses, como Onyx Lorenzoni (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovação), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral da Presidência da República).