Instituto Butantan reage a suspensão dos testes da CoronaVac pela Anvisa. Verdadeira causa da morte do voluntário foi suicídio

  • 10/11/2020

Na manhã desta terça-feira , dia 10 de novembro, o Instituto Butantan realizou coletiva de imprensa para se posicionar sobre a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de interromper os testes da vacina contra a Covid-19, a CoronaVac desenvolvida por Butantan e Sinovac Biotech, por suposto caso de morte durante o processo clínico. O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que o ato da agência reguladora causa indignação, além de promover a insegurança.

Na verdade, a causa da morte do voluntário da coronavac foi suicídio. A informação foi divulgada pelo UOL e pelo Estadão e confirmada pela TV Globo no início da tarde desta terça-feira.

“Interromper um estudo clínico causa sofrimento, dor e insegurança. Causa dificuldade naqueles que querem ser submetidos ao estudo. Não há nenhuma necessidade de se interromper os estudos. A troco de quê?”, disse Dimas.

De acordo com o dirigente, a Anvisa recebeu no dia 6 de novembro a informação de que um participante do estudo clínico sofreu efeito adverso grave e não relacionado à vacina. “Essa vacina não teve reação adversa grave. É a vacina mais segura até esse momento”. O Butantan fez apelo à Anvisa para que sejam respeitados critérios técnicos para o prosseguimento dos testes.

O presidente Jair Bolsonaro comemorou a decisão da agência de interromper os estudos, e disse que esta é “mais uma que Jair Bolsonaro ganha”. O chefe executivo ainda criticou o governador de São Paulo, João Doria, acusando-o de tentar “obrigar a todos os paulistanos” a tomar a vacina.

A declaração de Bolsonaro gerou revolta entre seus opositores. Para o ex-ministro Ciro Gomes, “cadeia é muito pouco para canalhas que fazem politicagem com vacina, a única saída para pôr um ponto final na maior crise de saúde pública e socioeconômica da história”.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, questionou qual seria a vitória de Bolsonaro após 163 mil mortos pela Covid-19 no Brasil. “Bolsonaro continua a ser o maior aliado do coronavírus no nosso país”, escreveu em seu Twitter.