Senado e Câmara Federal têm novos presidentes. Bolsonaro usa máquina para eleger aliados

  • 02/02/2021

Valeu a força de quem está com a máquina nas mãos. Com a promessa de cargos e emendas extras para deputados federais e senadores aliados, o presidente Jair Bolsonaro viu os seus candidatos Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) serem eleitos presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente. Uma vitória do Planalto sobre o maior rival, o agora ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que sai derrotado ao ver o seu indicado Baleia Rossi perder ainda no primeiro turno.

Tanto Lira, quanto Pacheco prometem independência do Legislativo nos próximos dois anos perante ao Executivo e Judiciário. O caso de Arthur Lira é mais pontual. Cabe a ele o direito de avaliar os mais de 60 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro. É claro que, no momento, não há qualquer clima político para a aceitação do pedido.

No entanto, ficou transparente a dependência cada vez maior de Bolsonaro em relação ao chamado “Centrão”. Um bloco de partidos que promete cada vez mais exigir poder do presidente. Isso passa por ministérios, cargos e emendas parlamentares. Com Lira na presidência da Câmara, o nível de exigências só vai aumentar. Vamos ver até quando o Planalto vai ceder.

Não custa lembrar que foi esse mesmo “Centrão” que dava base parlamentar a Dilma Rousseff e decidiu derrubá-la da Presidência da República.