Em julgamento de suspeição de Sérgio Moro, Gilmar Mendes faz duras críticas à Lava Jato. Pedido de vista adia resultado
O julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro na condução de processos envolvendo o ex-presidente Lula foi interrompido, nesta terça-feira, dia 9 de março, na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Responsável pela pauta, o ministro Gilmar Mendes votou a favor do descrédito das ações de Moro, acompanhado do ministro Ricardo Lewandowski. O ministro Kássio Nunes Marques pediu vistas, enquanto os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia se manifestarão após decisão de Nunes. Fachin e Carmen já tinham se manifestado anteriormente a favor de Moro, mas a segunda ainda poderá mudar o voto e se posicionar à favor da suspeição do ex-juiz.
Na manifestação de seu voto pelo julgamento de Sergio Moro, Gilmar Mendes realizou discurso duro e crítico sobre a imparcialidade na condução da Operação Lava Jato. Segundo Mendes, está em julgamento “o maior escândalo da história da Justiça do país” e que desenvolveu-se um conluio entre imprensa e procuradores ao longo das investigações.
“A história recente do Poder Judiciário ficará marcada pelo experimento de um projeto populista de poder político cuja tônica assentava-se na instrumentalização do processo penal, na deturpação dos valores da Justiça e na elevação mítica de um juiz subserviente a um ideal feroz de violência às garantias constitucionais do contraditório, da ampla defesa, da presunção da inocência e, principalmente, da dignidade da pessoa humana”, discursou o ministro.
Caso Moro seja condenado por ter motivações espúrias nos casos envolvendo Lula, todo o material apresentado nos processos contra o líder petista será anulado, confirmando assim a elegibilidade do ex-presidente. Os processos contra Lula teriam de ser reiniciados do zero pela Justiça Federal de Brasília.
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