Médicos cearenses em defesa do SUS reagem a manifesto de profissionais bolsonaristas

  • 17/03/2021

Um grupo formado por mais de 500 médicos cearenses lançou manifesto de oposição ao presidente Jair Bolsonaro e a falta de medidas eficazes do Governo Federal no combate à pandemia do Covid-19 no Brasil. A ação vem como resposta ao movimento de 219 médicos que, no início desta semana, se uniram para assinar nota em apoio ao chefe executivo do País.

O texto de apoio do grupo bolsonarista afirmava que Bolsonaro “derramou o próprio sangue pelo Brasil” e que dedicava “todo o seu empenho” junto aos “guerreiros patriotas”. Dentre as assinaturas estavam a da médica e Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do governo federal, Mayra Pinheiro, e do vice-reitor da Universidade Federal do Ceará, o médico José Glauco Lobo Filho.

Diante da repercussão e chuva de críticas negativas sobre a categoria, um grupo maior de médicos cearenses, que defendem o SUS, se uniu para combater o posicionamento. A lista de opositores já conta com o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, o ex-reitor da UFC, Henry Campos, a militante Helena Serra Azul e a secretária executiva de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da SPS, Lia Gomes.

O documento de protesto ao Governo Bolsonaro destaca que “são inúmeras as declarações do presidente Bolsonaro em desrespeito aos profissionais de saúde, às vítimas da Covid-19 e aos seus familiares. De frases como “não sou coveiro” à ordem para “invadir e filmar hospitais”. Citam também falas do presidente sobre as mortes com a pandemia como “deixem de mimimi”, num claro desrespeito às milhares de famílias enlutadas.

Com o atrito causado e a repercussão negativa nas redes sociais, alguns médicos já optaram até por retirar seus nomes do abaixo-assinado em defesa de Bolsonaro. Apesar de bolsonaristas, muitos deles dizem destacar a importância do uso de máscaras e das medidas de segurança sanitária, constantemente criticadas por Bolsonaro.