Oposição no Congresso entra com mais um pedido de impeachment de Bolsonaro por interferência política nas Forças Armadas

  • 31/03/2021

Os líderes da oposição e da minoria no Senado e na Câmara Federal, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jean Paul Prates (PT-RN), Alessandro Molon (PSB-RJ) e Marcelo Freixo (PSOL-RJ), além do líder da minoria no Congresso, Arlindo Chinaglia (PT-SP), entram nesta quarta-feira, dia 31 de março, com um novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares alegam crime de responsabilidade na tentativa do Presidente da República em interferir politicamente nas Forças Armadas. Nos últimos dois dias, a crise na área militar ganhou força com as demissões do Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que levou à renúncia conjunta dos comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, está com mais de 70 pedidos de impeachment contra Bolsonaro a espera de um despacho.

Edson Leal Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) colocaram seus cargos à disposição, porque não aceitaram a pressão de Bolsonaro em alinhar as Forças Armadas com a defesa política do Governo e o apoio a medidas contra o isolamento social na pandemia, que vêm sendo adotadas por governadores em todos os estados.

Interessante que Bolsonaro é contra medidas de isolamento rígido no País, mas no Exército as restrições sanitárias foram adotadas com excelentes resultados. De acordo com entrevista do general Paulo Sérgio, chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, ao Correio Brasiliense, a mortalidade por Covid-19 do Exército é de apenas 0,13%, enquanto na população em geral é de 2,5%. Para que isso acontecesse, o Exército adotou campanhas maciças de distanciamento social, uso de máscaras, isolamento, testagem em massa para evitar contaminações nos quartéis e investiu pesado em logística para garantir suprimentos hospitalares e equipes médicas nos 60 hospitais da força. Simples assim.