Anvisa nega importação da Sputnik V e alega dados incompletos. Ceará vai continuar lutando pelo imunizante

  • 27/04/2021

A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou, em decisão unânime, nesta segunda-feira, dia 26 de abril, pedidos de importação e uso emergencial da vacina Sputnik V no Brasil, usada na imunização contra a Covid-19. Na reunião, o relator do processo, Alex Machado Campos, que classificou a situação atual da vacina como um “mar de incertezas”, ainda disse que ela aponta um cenário de riscos “impressionante”. Os pedidos de análise da Sputnik V foram feitos em ação conjunta de Ceará, Amapá, Maranhão e Piauí.
A Anvisa apontou que não recebeu relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e não conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada. Já a Gerência de Medicamentos apontou diversas falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante e explicou que o adenovírus usado para carregar o material genético do coronavírus não deveria se replicar, mas ele é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.
O Governo do Ceará já adquiriu 5,87 milhões de doses da vacina, por meio do Consórcio Nordeste, e diz que continuará lutando pelo imunizante. O governador Camilo Santana expressou “decepção e estranheza”, mas disse respeitar decisão. “Embora respeite a decisão da Anvisa de veto ao uso emergencial da Sputnik V neste momento, não posso deixar de expressar minha decepção e estranheza, pelo fato da mesma vacina já ser usada em muitos países, e com eficácia demonstrada. O próprio Comitê Científico do Nordeste se posicionou favorável ao uso”, disse Camilo.

O governador cearense acrescentou:  “O que não aceitarei jamais é que haja qualquer tipo de politização desse processo. Isso é absolutamente inaceitável”, ressaltou Camilo Santana.