Ex-chefe da Secom tenta livrar imagem de Bolsonaro e culpa Pazuello por falta de vacinas contra Covid-19
A CPI da Covid-19 ainda não iniciou os trabalhos no Senado Federal, mas as estratégias já estão em campo para gerenciar a crise no governo Bolsonaro. Em entrevista à revista Veja, o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, culpou diretamente o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, pela falta de oferta de vacinas e eximiu o presidente Jair Bolsonaro de qualquer responsabilidade no gerenciamento da crise.
Wajngarten disse que houve “incompetência e ineficiência” por parte da equipe ministerial comandada por Pazuello, que deixou de comprar doses de imunizante oferecidas pela Pfizer no ano passado. “Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando uma negociação que envolve cifras milionárias e do outro lado um time pequeno, tímido sem experiência, é isso que acontece”. Já quando falou de Bolsonaro, o ex-secretário disse que “se as coisas não aconteceram, não foi por culpa do Planalto”.
Diante da investida que visa a proteção de Jair Bolsonaro, o deputado federal e ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), fez críticas ao ex-Secom. “A entrevista do ex-assessor de Bolsonaro à Veja parece combinada. Entrega a cabeça do Pazuello e protege o presidente”, escreveu no Twitter.
O fato é que Pazuello será um dos que passaram pela titularidade do Ministério da Saúde a serem ouvidos pela CPI da Covid, a partir da próxima terça-feira, dia 27 de abril. Ciente disto, Bolsonaro investe em manter bom relacionamento com o general, o direcionando para uma nova função dentro do governo, na Secretaria Geral do Exército, em Brasília.
