Na Cúpula do Clima, Bolsonaro promete se dedicar às pautas ambientais mas não convence especialistas
O presidente Jair Bolsonaro participou nesta quinta-feira, dia 22 de abril, da reunião virtual da Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com a presença de representantes de diversos países. Em seu discurso, Bolsonaro disse estar alinhado às pautas do Meio Ambiente e que o governo brasileiro reduzirá emissões e reforçará serviços ambientais. Não deixou, claro, de pedir mais recursos internacionais.
“À luz de nossas responsabilidades comuns, porém diferenciadas, continuamos a colaborar com os esforços mundiais contra a mudança do clima”, disse o presidente. No entanto, a postura no evento ocorre em cenário de total descredibilidade do chefe executivo do País diante do mundo. Bolsonaro foi o 20º líder a discursar, o último dentre os representantes do Brics e depois da Argentina. Joe Biden sequer acompanhou o discurso do brasileiro, deixando o evento virtual antes do momento.
Especialistas da área climática não se convencem com a fala de Bolsonaro, pois até o momento o Brasil tem feito o oposto nas políticas voltadas ao tema. Enquanto a promessa foi zerar o desmatamento ilegal, reduzir emissão de gases, buscar a “neutralidade climática” até 2050 e fortalecer órgãos de fiscalização ambiental, na realidade o Governo Federal tem reduzido o orçamento para fiscalização do Ministério do Meio Ambiente (o menor em 21 anos), testemunha casos históricos de desmatamento ilegal e informa dados errados sobre a preservação da Amazônia (em momento de recorde de crimes ambientais) e emissão de gases de efeito estufa.
Para agravar ainda mais a imagem do País na reunião, Bolsonaro esteve acompanhado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alvo de pressão de ambientalistas e de setores populares por conta de suas omissões diante de graves problemas ambientais vivenciados no Brasil.
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