Pazuello admite na CPI que Governo Federal optou por não interferir na crise de saúde do Amazonas
Em novo dia de depoimento na CPI da Covid no Senado Federal, nesta quinta-feira, dia 20 de maio, o ex-ministro e general do Exército, Eduardo Pazuello, admitiu que o Governo Federal realizou reunião interministerial com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e decidiu não tomar ações diante da crise de saúde do Amazonas em decorrência da pandemia.
“O governador (do Amazonas, Wilson Lima) foi chamado, apresentou sua posição, e houve a decisão nesta reunião que não haveria essa intervenção. O presidente da República estava presente e essa decisão foi tomada nesta reunião”, disse Pazuello em resposta aos parlamentares da comissão.
O militar também atribuiu a responsabilidade pela falta de oxigênio hospitalar em Manaus à empresa fornecedora, White Martins, e ao Governo do Amazonas. No entanto, documentos do próprio Ministério da Saúde acusam que Pazuello já sabia do risco iminente de colapo no estado. Os senadores pressionaram Pazuello a fim de que ele reconhecesse que já sabia da situação grave no Norte do País. Contudo, assegurado por um habeas corpus preventivo concedido pelo ministro do STF, Ricardo Lewandowski, o ex-ministro seguiu com suas versões e negou responsabilidade na crise.
Diante do problema, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), defendeu a necessidade de a comissão ter um serviço de checagem dos fatos ao longo dos depoimentos. “O ex-ministro mentiu 14 vezes flagrantemente. Desde ontem tivemos espetáculo nunca visto, cheio de contradições e omissões”.