Pazuello admite na CPI que Governo Federal optou por não interferir na crise de saúde do Amazonas

  • 20/05/2021

Em novo dia de depoimento na CPI da Covid no Senado Federal, nesta quinta-feira, dia 20 de maio, o ex-ministro e general do Exército, Eduardo Pazuello, admitiu que o Governo Federal realizou reunião interministerial com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e decidiu não tomar ações diante da crise de saúde do Amazonas em decorrência da pandemia.

“O governador (do Amazonas, Wilson Lima) foi chamado, apresentou sua posição, e houve a decisão nesta reunião que não haveria essa intervenção. O presidente da República estava presente e essa decisão foi tomada nesta reunião”, disse Pazuello em resposta aos parlamentares da comissão.

O militar também atribuiu a responsabilidade pela falta de oxigênio hospitalar em Manaus à empresa fornecedora, White Martins, e ao Governo do Amazonas. No entanto, documentos do próprio Ministério da Saúde acusam que Pazuello já sabia do risco iminente de colapo no estado. Os senadores pressionaram Pazuello a fim de que ele reconhecesse que já sabia da situação grave no Norte do País. Contudo, assegurado por um habeas corpus preventivo concedido pelo ministro do STF, Ricardo Lewandowski, o ex-ministro seguiu com suas versões e negou responsabilidade na crise.

Diante do problema, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), defendeu a necessidade de a comissão ter um serviço de checagem dos fatos ao longo dos depoimentos. “O ex-ministro mentiu 14 vezes flagrantemente. Desde ontem tivemos espetáculo nunca visto, cheio de contradições e omissões”.