CPI da Covid: especialista diz que uso de cloroquina é uma “mentira orquestrada pelo Governo Federal”
A CPI da Covid ouviu nesta sexta-feira, dia 11 de junho, no Senado Federal, dois especialistas sobre as ações de combate à Covid-19 no Brasil. Em seu depoimento, a microbiologista Natalia Pasternak, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), defendeu que as políticas públicas devem estar embasadas nas evidências científicas, e que o uso da cloroquina contra o coronavírus é comprovadamente ineficaz. “É uma mentira orquestrada pelo governo federal”, criticou.
Pasternak apontou aos parlamentares que o medicamento foi testado clinicamente e em nenhum dos cenários se obtiveram resultados positivos. A microbiologista cravou que a insistência do governo federal no medicamento torna o País atrasado “pelo menos seis meses” em relação ao resto do mundo, “que já descartou a cloroquina”. Ela também observou que, caso o Brasil tivesse adotado medidas de contenção mais rígidas, 375 mil mortes poderiam ter sido evitadas.
Outro especialista ouvido foi o médico sanitarista Cláudio Maierovitch, pesquisador da Fiocruz e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Maierovitch defendeu que o lockdown é responsável pelo sucesso do combate ao vírus em diversos países do mundo, e destacou que a queda de tranmissão intensa da Covid-19 no País só ocorrerá caso seja feito um isolamento com rigidez de verdade por pelo menos duas semanas. O médico também criticou a “falta de coordenação nacional” na compra de vacinas e também pela redução da contaminação.
