Denúncia de propina na venda de vacina agrava crise no Planalto. Relação com o Centrão fica cada vez mais ameaçada
Está difícil para o Governo Bolsonaro barrar o avanço das investigações em torno das irregularidades e omissão na compra de vacinas. Após a fraude descoberta no contrato para a aquisição da vacina indiana Covaxin, agora uma reportagem da jornalista Constança Rezende, da Folha de S. Paulo, revela que o representante de uma vendedora de vacinas afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose num contrato de 400 milhões de doses de vacina em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, cobrou propina para a compra da vacina AstraZeneca. Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Barros é um dos articuladores do chamado Centrão.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decidiu exonerar o diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, após a denúncia de propina. No entanto, Roberto Pires deve ser convocado para prestar depoimento na CPI da Covid, na sexta-feira, dia 2 de julho.