Osmar Terra sustenta negacionismo, critica isolamento social e defende imunidade rebanho na CPI da Covid
O deputado federal e ex-ministro do Desenvolvimento Social do governo Bolsonaro, Osmar Terra, apontado como comandante do “Ministério Paralelo do Governo Bolsonaro, foi à CPI da Covid nesta terça-feira, dia 22 de junho, para reforçar sua postura negacionista diante da pandemia e que confronta protocolos sanitários recomendados pelas autoridades de saúde em todo o mundo. Terra afirmou que o lockdown provocou a morte de famílias por infecções dentro de casa, insistiu que o fim da pandemia só virá com a imunidade rebanho, apesar de evidências científicas descartarem a teoria, e defendeu o presidente Jair Bolsonaro das acusações de responsabilidade pelo estado crítico no Brasil. Tudo isso diante de 502 mil mortes do Covid-19 no Brasil.
Para o emedebista, a imunidade rebanho é uma “consequência natural” de todas as pandemias. No ano passado, Osmar Terra chegou a fazer uma série de previsões completamente equivocadas sobre o coronavírus, como apontar que o vírus seria um problema menor do que a epidemia de H1N1 e que a contaminação iria estabilizar a imunidade da população em pouco tempo.
Durante o depoimento, Osmar Terra se contradisse quando afirmou que nunca defendeu a contaminação da população para alcançar imunidade. Além disso, disso negou ser negacionista após as falas negacionistas. “Eu defendo a vacina. Não nego a vacina”, disse.
O deputado disse ainda que não se pode responsabilizar Bolsonaro pelo alto número de mortos em todo o país. “Ele não tinha a caneta na mão para decidir nada”, afirmou, tentando culpar o Supremo Tribunal Federal por ter concedido autonomia à estados e municípios para gestão local da pandemia. “Não tem mentira maior do que dizer que o STF tirou poder do presidente”, refutou o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD).
Terra também negou a existência do “gabinete paralelo”. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), chamou Osmar Terra de “líder do negacionismo” no Governo Bolsonaro. Apesar da fala sobre o gabinete, Terra admitiu que aconselha e teve reuniões recorrentes com Bolsonaro e seus aliados.