Bolsonaro afirma que é do Centrão e assume que vai negociar por sua governabilidade

  • 22/07/2021

Sem partido desde que deixou o PSL em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro demonstra preocupação com a falta de articulação para fortalecimento de sua base governista no Congresso Nacional. Nesta quinta-feira, dia 22 de julho, o chefe do Executivo sinalizou que se identifica como integrante do Centrão e admitiu que correrá atrás de lideranças centristas para garantir a governabilidade.

“Centrão é um nome pejorativo. Eu sou do Centrão, eu fui do PP metade do meu tempo, fui do PTB, fui do então PFL (hoje DEM). No passado, integrei siglas que foram extintas, como PRB, PPB. O PP, lá atrás, foi extinto. Eu nasci de lá”, disse em entrevista à Rádio Banda B, de Curitiba.

Bolsonaro defendeu que precisa buscar o apoio dos partidos de centro para se manter no cargo e também visando as eleições. “Nós temos 513 parlamentares. O tal Centrão, que o chamam pejorativamente disso, são alguns partidos que lá atrás se uniram na campanha do Alckmin e ficou, então, rotulado”, tentou justificar.

Na sua campanha em 2018, o presidente participou de encontro do PSL no qual o atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, cantou “se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão” (alusão ao samba de Bezerra da Silva “Se gritar pega ladrão”). Bolsonaro também afirmava, quando ainda era presidenciável, que não iria negociar cargos em sua gestão.

Contudo, na próxima segunda-feira, dia 26, o mandatário concederá o cargo de ministro da Casa Civil ao senador Ciro Nogueira (PP), como forma de dar mais poder ao centro dentro do governo federal. Em paralelo às movimentações do Planalto, os partidos PSL, DEM e PP se organizam para uma fusão das três siglas. O partido, se for de fato criado, terá 121 deputados e 15 senadores. Nesta fatia é que Bolsonaro está de olho pela sustentabilidade de sua vida política.