Bolsonaro chama Barroso de “imbecil” e juristas pedem impeachment. Pacheco também reagiu a militares aliados do Governo

  • 09/07/2021

Dando sequência às declarações antidemocráticas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso (foto), de “imbecil” e “idiota”. A fala de Bolsonaro ocorreu nesta quinta-feira, dia 11 de julho, em encontro com apoiadores no Palácio da Alvorada.

O presidente mais uma vez criticou o uso das urnas eletrônicas e, sem fundamento algum, disse que as últimas eleições foram fraudadas. “Não tenho medo de eleições, entrego a faixa a quem ganhar, no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos risco de não termos eleições ano que vem. Futuro de vocês que está em jogo”, disse.

Bolsonaro citou a manifestação de Barroso contrária ao voto impresso, no que disse ser “resposta de um imbecil”. “Eu lamento falar isso de uma autoridade do STF, só um idiota para fazer isso”.

Coletivo de juristas, o Grupo Prerrogativas divulgou nota de apoio ao ministro do Supremo e pediu o impeachment de Bolsonaro após cometer mais um crime de responsabilidade.

“Nunca a história brasileira, mesmo em seus dias mais sombrios, viveu algo parecido. Um Presidente da República que não respeita as instituições, que rasga diariamente a Constituição que jurou cumprir, e ameaça a democracia, não pode mais permanecer um dia sequer no exercício do seu mandato”, diz a nota do grupo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também se manifestou publicamente sobre um conflito do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, com as Forças Armadas e Jair Bolsonaro. Tudo por causa das críticas ao envolvimento de militares com irregularidades no Ministério da Saúde.

“Quero aqui afirmar a independência do parlamento brasileiro. A independência do Congresso Nacional, composto por suas duas Casas, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, que não admitirá qualquer atentado a esta sua independência e, sobretudo, às prerrogativas dos parlamentares: de palavras, opiniões e votos, que naturalmente devem ser resguardados em uma democracia”, afirmou Rodrigo Pacheco.