Bolsonaro culpa vice-presidente da Câmara por aumento do Fundo Eleitoral. Deputado acusa que pauta partiu do Governo Federal

  • 19/07/2021

A elevação do valor do Fundo Eleitoral, que fechou no valor de R$ 5,7 bilhões para o pleito de 2022, pelo Congresso Nacional gerou uma avalanche de críticas e protestos populares no fim da semana passada. Em busca de se esquivar de mais uma pressão sobre sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pode vetar a decisão e que a culpa do fundo ter sido aprovado foi do deputado federal e vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL). Isso significa, no entanto, comprar uma briga com o Centrão.

Segundo Bolsonaro, Ramos teria “atropelado” a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enquanto presidia a sessão plenária, não destacando na hora da votação a previsão de reajuste do Fundo Eleitoral. O presidente disse também que os parlamentares da base foram induzidos a votarem a favor do “Fundão”.

Por meio de suas redes sociais, Marcelo Ramos respondeu ao presidente e disse que foi o próprio governo de Bolsonaro que encaminhou a pauta.

“Se depender do Bolsonaro ele não é responsável por nenhuma das mais de 530 mil pessoas mortas na pandemia, nem por 15 milhões de desempregados, nem por 19 milhões de brasileiros com fome e nem mesmo pela escandalosa tentativa de roubo na compra de vacinas. Ele deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correr das suas responsabilidades e obrigações”, escreveu o deputado no Twitter.

Irritado, Marcelo Ramos enviou requerimento à Mesa da Câmara dos Deputados para que o presidente Arthur Lira envie a ele cópia de todos os pedidos de impeachment de Bolsonaro. “É preciso fazer alguns pedidos de impeachment andarem”, decretou o primeiro vice-presidente da Câmara.