Contrato da Covaxin ficou sem fiscal por quase um mês, diz servidora da Saúde na CPI da Covid no Senado
Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, dia 6 de julho, a servidora do Ministério da Saúde, Regina Célia Silva Oliveira, confirmou que o contrato para compra da vacina indiana Covaxin ficou quase um mês tramitando sem fiscalização. Nomeada para ser a fiscal do processo, Regina assumiu o trabalho apenas no dia 22 de março. A assinatura de acordo com representantes do imunizante, hoje sob suspeitas de irregularidade e indícios de corrupção, ocorreu em 25 de fevereiro.
“Eu gostaria de explicar, porque a portaria de nomeação que me indicou como fiscal desse contrato só foi publicada no dia 22. Eu não poderia me manifestar antes disso”, afirmou a depoente aos senadores.
A servidora optou por não entrar em questões que da investigação e afirmou não ter presenciado nada de “atípico” na documentação de importação da Covaxin. Porém, Regina Célia também acabou admitindo à CPI que autorizou a redução da entrega do primeiro lote do imunizante, de 4 milhões para 3 milhões de doses. O contrato previa a importação total de 20 milhões de doses, com a primeira remessa para 17 de março.
Regina foi levada ao cargo de fiscal pelo ex-ministro da Saúde e hoje líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, também apontado como alguém ligado às irregularidades na negociação. A denúncia é de que a compra irregular envolveria a autorização pelo pagamento de R$ 1,6 bilhão pelo governo Bolsonaro.