CPI da Covid: Dominguetti acusa Luis Miranda de tentar intermediar compra das vacinas e tem o celular apreendido

  • 01/07/2021

Em depoimento na CPI da Covid nesta quinta-feira, dia 1º de julho, o policial militar e representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, acusou o deputado federal Luis Miranda (DEM) de tentar negociar diretamente a aquisição de vacinas contra a Covid-19 com a Davati. Após divulgar trecho de áudio atribuído ao parlamentar, Dominghetti teve o seu celular apreendido para que as informações sejam averiguadas.

Luiz Paulo disse aos senadores que não chegou a tratar diretamente com o deputado Luis Miranda. Segundo ele, a conversa foi tratada com o CEO da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho. Tanto Carvalho quanto Miranda negam a informação do depoimento.

Os senadores de oposição reagiram interpretaram a narrativa no discurso do policial como forma de tirar qualquer foco da investigação da presidência. Sob pressão, Dominguetti recuou nas afirmações sobre Luis Miranda e disse que não sabia “o teor do que foi conversado”. A postura insegura fez com que senadores afirmassem com mais ênfase a suspeita de que ele fosse uma “testemunha plantada” na CPI.

Enquanto isso, a base governista presente na comissão assumiu um tom de proteger o depoente e investir em Luis Miranda como um foco maior das denúncias. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), afirmou que não há interesse de ninguém em proteger Luis Miranda, que vem da base bolsonarista, e garante que o deputado será convocado para prestar novos esclarecimentos.

No início da semana, Dominguetti denunciou, em entrevista à Folha de S. Paulo, um suposto pedido de propina vindo do Ministério da Saúde para aquisição de vacinas da AstraZeneca, negociando US$ 1 por dose. O depoente afirmou que a proposta envolvia a venda de 400 milhões de doses da vacina, mas não fechou negócio por não concordar com o pagamento da propina.