Forças de Segurança no Ceará trabalham na investigação das ameaças contra o padre Lino Allegri
As ameaças e atos de hostilidade contra o padre Lino Allegri, da Paróquia da Paz, em Fortaleza, já estão no alvo de investigação pelas Forças de Segurança do Estado. O governador Camilo Santana (PT) solicitou à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social que a perseguição e ódio por parte de bolsonaristas seja severamente acompanhado pelas autoridades policiais.
Em suas redes sociais, Camilo afirmou ser “inaceitável a atitude desses que se dizem cristãos” de invadirem a igreja para intimidar o líder religioso. O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), reforçou o apoio ao padre Lino e cobrou que os autores dos atos sejam “devidamente responsabilizados”. Sarto afirmou que este é “mais um grave episódio de intolerância e uma afronta aos ensinamentos cristãos”.
Desde o início do mês, Lino vem sendo perseguido e ameaçado por bolsonaristas após ter feito críticas às omissões do governo de Jair Bolsonaro diante da gravidade da pandemia de Covid-19 no Brasil, que ultrapassou a barreira dos 540 mil mortos. O padre se manifestou contra o negacionismo do presidente e de seus apoiadores.
No último domingo, dia 18 de julho, a SSPDS montou esquema de policiamento no entorno da Paróquia da Paz, localizada no Bairro Aldeota, para evitar ataques aos sacerdotes. Lino Allegri está afastado das missas, por segurança, e aguarda ingresso no Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).
O padre recebeu inúmeras manifestações de apoios nas redes, incluindo uma nota da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) cobrando apuração do caso, e também uma mensagem do pároco da Igreja São Miguel Arcanjo (SP), padre Julio Lancellotti. “Estamos com você, meu irmão, na luta pela libertação, com a vida, com esperança”, disse Lancelotti.
