Sob pressão do STF, a PGR de Augusto Aras vai investigar se houve prevaricação de Jair Bolsonaro em caso da Covaxin

  • 02/07/2021

Sob pressão do Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República solicitou, nesta sexta-feira, dia 2 de julho, a abertura de inquérito para que seja apurado se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime de prevaricação no caso da compra de doses da vacina indiana Covaxin. A negociação teria envolvido uma série de irregularidades para aquisição do imunizante. A equipe comandada pelo procurador-geral da República Augusto Aras tentou engavetar a suspeita de prevaricação, mas a ministra do STF, Rosa Weber, reagiu e disse que o Ministério Público Federal não pode se comportar como “espectador das ações dos Poderes da República”.
Agora, em pedido feito pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, a PGR pede que haja esclarecimento sobre a possível falta de intervenção do presidente Jair Bolsonaro ao não determinar a investigação das suspeitas de corrupção.

A queixa-crime foi apresentada à ministra do STF, Rosa Weber, que cobrou posicionamento da PGR diante das acusações feitas pelo deputado federal Luis Miranda (DEM) na CPI da Covid-19, quando denunciou que Bolsonaro já sabia dos tramites envolvendo Ministério da Saúde e Covaxin. Além disso, Miranda também afirmou que Bolsonaro teria dito que seu líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, estaria envolvido com o caso.

Diante da pressão sobre o caso, o Ministério da Saúde suspendeu na última terça-feira, dia 29 de junho, o contrato com a Covaxin. Segundo apontou o Ministério Público Federal, a compra de 20 milhões de doses foi feita no valor de R$ 1,6 bilhão, sem prazo de entrega, num preço 1.000% mais caro do que o valor inicial.