Ataques de Bolsonaro fazem Luiz Fux cancelar encontro com presidentes de outros poderes. Elite política e financeira também condena ameaça às eleições
A crise provocada pelos ataques do presidente Jair Bolsonaro a ministros do STF e ao sistema eleitoral com urnas eletrônicas vai ganhando novos contornos. Nesta quinta-feira, dia 5 de agosto, o presidente do STF, Luiz Fux, decidiu cancelar o encontro presencial que teria com Bolsonaro e os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. A ideia de Fux era tentar apaziguar os ânimos, mas as últimas declarações do presidente da República, em que ameaçou a realização das eleições e falou em golpe de Estado, azedaram ainda mais o clima entre o Executivo e o Judiciário. Bolsonaro foi incluído pelo ministro Alexandre de Moraes no processo das fake news.
Mas a reação contra Bolsonaro também veio no meio político e empresarial. Um grupo de empresários, lideranças religiosas, entidades da sociedade civil e lideranças políticas divulgou um manifesto em apoio ao sistema eleitoral brasileiro. O manifesto recebeu o nome de “Eleições serão respeitadas” e afirma que há confiança no sistema de votação eletrônica.
Mais de 260 nomes assinam o documento, entre eles, os empresários como Luiza Trajano (Magazine Luiza) Roberto Setúbal (Itaú), Guilherme Leal (Natura), Oskar Metsavaht (Osklen) e Pedro Parente (BRF e ex-presidente da Petrobras). Também assinam a lista o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, os ex-presidentes do Banco Central, Gustavo Loyola, Ilan Goldfajn e Pedro Malan, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro e o ex-chanceler Celso Lafer.