Bolsonaro pede impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, mas deve colher é mais “tempestade” no Senado

  • 21/08/2021

No fim da tarde da sexta-feira, dia de 20 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro resolveu dobrar a aposta na crise contra o STF. Protocolou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado Federal. A tramitação do pedido depende de decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que já descartou a hipótese. “Não antevejo fundamentos técnicos, jurídicos e políticos para impeachment de ministro do Supremo”, disse Pacheco.

A situação de Bolsonaro só piora junto ao Supremo Tribunal Federal, que decidiu deixar as notas de repúdio às ameaças do presidente da República de lado e partir para a ação. Bolsonaro já é investigado em cinco processos, sendo quatro no Supremo Tribunal Federal e um no Tribunal Superior Eleitoral. Tudo por ameaças à democracia, prática de fake news e ataques à urna eletrônica e ao sistema eleitoral.

Mas a situação no Senado também pode piorar. A repercussão ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes foi vista como “cortina de fumaça” de Bolsonaro às investigações da CPI da Covid. E pior: em reação, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, decidiu não pautar a indicação do ex-advogado-geral da União, André Mendonça, para uma vaga no STF. Ou seja, a ida do ministro “terrivelmente evangélico”, indicado por Bolsonaro para o STF, subiu no telhado.

Além disso, a insistência de Bolsonaro em comprar briga com o STF revela o fracasso na intervenção do novo chefe da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira, líder do Centrão, e do próprio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que tentaram de todo jeito fazer Bolsonaro mudar de ideia. Está cada vez mais difícil se manter aliado do presidente da República.