CPI da Covid: Ricardo Barros irrita senadores e tem depoimento encerrado. Ele será reconvocado como investigado
O depoimento do deputado federal e líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, foi motivo de ânimos acirrados na CPI da Covid nesta quinta-feira, dia 12 de agosto. Barros foi falar à CPI como convidado. No entanto, insistiu em negar todos os indícios levantados pelo inquérito e foi acusado de faltar com a verdade por membros da comissão. O parlamentar será reconvocado, mas desta vez na condição de investigado.
A oitiva foi interrompida em dois momentos. No primeiro, Ricardo Barros recusou a admitir que teria sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro como nome ligado ao caso da negociação de doses da Covaxin, versão acusada pelo deputado Luís Miranda em seu depoimento no Senado Federal.
O encerramento definitivo do depoimento se deu após o líder bolsonarista acusar a CPI da Covid de ter afastado “várias empresas interessadas em fazer negócios com o Brasil”, criticando enfaticamente a condução dos trabalhos.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), repreendeu duramente o depoente. “Afastamos a vacina que o governo queria tirar proveito. Se hoje o Brasil está vacinando, está vacinando com uma vacina que chega a um preço justo, é graças a CPI”, devolveu à Barros.
Além do episódio da Covaxin, Barros é investigado por improbidade administrativa após ter se negado a cancelar o contrato com a Global Gestão em Saúde, quando foi ministro da Saúde entre 2016 e 2018. A empresa se recusou a devolver R$ 20 milhões antecipados pela pasta.