Bolsonaristas radicais continuam com ameaças em Brasília, enquanto mercado reage mal com tombo na bolsa e alta no dólar

  • 08/09/2021

Caminhoneiros bolsonaristas permanecem em Brasília ameaçando invadir os prédios do Congresso Nacional e do STF. Estão sendo contidos pela Polícia do Distrito Federal. Em oito estados, há manifestações de caminhoneiros em rodovias federais. Todos com a mesma pauta defendida nos protestos puxados pelo presidente Jair Bolsonaro no 7 de Setembro, que vão desde a destituição dos 11 ministros do STF até a defesa do voto impresso, proposta já derrotada pela Câmara dos Deputados.

Após as ameaças de Bolsonaro de não mais cumprir decisões judiciais do STF, a reação do mercado financeiro aos atos antidemocraticos de terça-feira passada foi a pior possível. A quarta-feira, dia 8 de setembro, foi de queda nas bolsas. Em São Paulo, a Ibovespa teve queda de 3,78%, a 113.413 pontos. A maior desde março passado. O dólar teve forte alta, com valorização de 2,93% e cotado a R$ 5,3276.

O discurso de caráter golpista do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações de 7 de setembro eleva o grau de incerteza na economia. Especialistas avaliam que o presidente da República deixou de lado a agenda econômica, perdeu o poder político para encaminhar medidas importantes no Congresso Nacional. 

De imediato, o enfraquecimento de Bolsonaro vai gerar ainda mais dificuldades para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, consiga viabilizar o parcelamento dos precatórios com o aval do STF e encontrar recursos extras para a criação do programa que vai substituir o Bolsa Família. Tempos difíceis para Bolsonaro, que tenta recuperar apoio popular para 2022.