André Mendonça é aprovado no Senado como novo ministro do STF. Mas teve que adequar o discurso…
O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, André Mendonça, foi aprovado nesta quarta-feira, dia 1º de dezembro, por 47 votos a 32 pelo plenário do Senado e será o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição a Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho passado. Mendonça sofreu várias resistências da oposição ao ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro como sendo o candidato “terrivelmente evangélico”.
A sabatina durou oito horas. No plenário, André Mendonça obteve somente seis votos a mais que o necessário, já que a maioria absoluta é de 41 votos. O placar foi apertado e o ex-ministro do Governo Bolsonaro teve de readequar o discurso para os senadores.
Durante a sabatina, André Mendonça fez defesa irrestrita de respeito à Constituição quando chegar ao STF. “Me comprometo com o Estado laico. Ainda que eu seja genuinamente evangélico entendo não haver espaço para manifestação pública religiosa durante as sessões do STF’, disse Mendonça.
Sobre a união de pessoas do mesmo sexo e da violência contra a população LGBTQIA+, André Mendonça afirmou: “Não se admite qualquer tipo de discriminação. É inconcebível qualquer ato de violência física, moral, verbal em relação a essa comunidade. Assim, o meu comprometimento é também diante de situações como essa aplicar a legislação pertinente, inclusive na questão da própria decisão do STF, que equiparou a ação dirigida a essa comunidade como racismo…eu defenderei o direito constitucional do casamento civil das pessoas do mesmo sexo…o casamento civil, eu tenho a minha concepção de fé especifica. Agora, como magistrado da Suprema Corte, eu tenho que me pautar pela Constituição”.
