Cid e Ciro Gomes classificam operação da PF de “molecagem” com objetivo politiqueiro. Irmãos garantem não haver qualquer irregularidade na reforma do Castelão

  • 15/12/2021

Após a Polícia Federal realizar uma operação com mandado de busca e apreensão em endereço do ex-ministro Ciro Gomes, em Fortaleza, nesta quarta-feira, dia 15 de dezembro, o dia foi de forte repercussão política. Ciro e o irmão Cid Gomes, também alvo da operação que investiga fraudes na reforma da Arena Castelão, passaram o dia dando entrevistas e explicações para a mídia. Os dois revelaram que em nenhum momento, desde que a investigação foi iniciada, foram chamados para um simples depoimento no caso.

Os irmãos Ferreira Gomes classificaram a operação da PF como uma “molecagem” com interesses politiqueiros. “O objetivo é desgastar a imagem do Ciro, de desgastar a nossa imagem, para que isso possa servir ao interesse nacional do moleque Bolsonaro”, disse Cid Gomes. Ele chegou a denunciar a interferência do Jair Bolsonaro na operação da PF, que estaria “aparelhada” para defender os interesses do presidente e da família dele.

Ciro Gomes ainda acrescentou que a denúncia de fraude na reforma do Castelão não se sustenta. “Primeiro, o Castelão foi escolhido como o menor preço. Segundo, esse preço foi o menor do Brasil e de todos os estádios construídos no País. Terceiro, nenhum delator, nem sequer na leviandade da delação premiada me acusou de receber qualquer tipo de vantagem ilícita”, afirmou.

O senador Cid Gomes disse ainda estranhar a investigação com busca e apreensão depois de tanto tempo e justamente agora há menos de um ano para as eleições 2022. “O estádio Castelão estava pronto desde 2012. Em dezembro, estamos completando nove anos da execução. É muito estranho que agora essa questão venha a ser objeto de uma investigação”, comentou Cid, que era governador do Ceará à época.

Ao longo do dia, Cid e Ciro Gomes receberam a solidariedade de vários políticos diante da espetacularização da operação da PF, que repercutiu mal até na cúpula do órgão. O ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff; o governador do Maranhão, Flávio Dino; o governador do Ceará, Camilo Santana; o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, foram alguns que se manifestaram em defesa dos irmãos Ferreira Gomes.