CPI do Motim na Assembleia Legislativa tem dia agitado com depoimento do presidente da APS

  • 05/04/2022

O dia na CPI do Motim, na Assembleia Legislativa do Ceará, foi dos mais movimentados. Em depoimento nesta terça-feira, dia 5 de abril, à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a possível participação de associações militares do Estado na paralisação da PM em 2020, o presidente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS), Cleyber Barbosa Araújo, negou que a entidade tenha participado, financiado ou motivado o motim de parte da Polícia Militar naquele ano. Durante o depoimento, os membros da CPI apontaram a movimentação financeira da APS que chegou a sacar em espécie cerca de R$ 2 milhões e 300 mil reais em um ano. O relator da CPI do Motim, deputado estadual Elmano Freitas (PT) reforçou ainda que esse grupo tem a “prática de sacar dinheiro na boca do caixa, que os seus diretores abrem empresas que nunca funcionaram” e que no depoimento da testemunha ficou evidenciado que a APS financiou o transporte de policiais para os protestos que geraram o motim no Ceará.

Elmano de Freitas afirmou que a Associação dos Profissionais de Segurança (APS) faz parte de “um braço político de um grupo político partidário”, da qual integram o deputado federal Capitão Wagner (União Brasil), o deputado Soldado Noelio (União Brasil) e o vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro, que é o próximo a prestar depoimento na CPI do Motim, nesta quarta-feira, dia 6, às 14h30min.

Em resposta à declaração de Elmano de Freitas, o Capitão Wagner disse que “não é de se estranhar que parte dos Deputados da Casa estejam utilizando uma CPI para fins eleitorais, em razão do pleito que se aproxima. O eleitor não é bobo e o cearense é mais inteligente do que eles pensam e, também por isso, não caem mais nesse jogo antigo e retrógrado de quem quer desviar a atenção do que realmente importa, que são os problemas que nós cearenses enfrentamos todos os dias”.

Wagner ainda disse que “quando presidente da Associação dos Profissionais de Segurança, de 2013 a 2014, modifiquei o estatuto da entidade para que nenhum deputado estadual e federal faça parte de sua diretoria, justamente para evitar que a Associação fosse utilizada para fins políticos”.