Assembleia Legislativa debate as desigualdades na educação brasileira nesta terça-feira

  • 21/06/2022

A desigualdade educacional no Brasil se agravou com a pandemia do Covid-19, atingindo principalmente a população negra, pobre e, principalmente, das regiões Norte e Nordeste. O abandono escolar, influenciado pela implementação do ensino remoto e das diferenças de materiais ofertados para o ensino público – e até privado – foi uma das consequências dessa disparidade que se faz presente na educação brasileira. Essa realidade e os desafios para seu enfrentamento serão discutidos no “Grandes Debates – Parlamento Protagonista” deste mês de junho, na Assembleia Legislativa. As convidadas são a socióloga, doutora em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Neca Setubal, e a doutora em Filosofia e História da Educação pela PUC de São Paulo, Sofia Lerche, com mediação do jornalista Ruy Lima. O debate será exibido em 21 de junho, às 21h, pela TV Assembleia, Rádio Assembleia e Redes Sociais da Casa.

Antes da pandemia, os dados sobre a desigualdade educacional e o abandono escolar já eram preocupantes. É o que indica um mapeamento realizado em 2019 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Claro, sobre reprovação, abandono escolar e distorção em relação à idade-série. Focando na questão do abandono escolar, o levantamento aponta que 623.187 estudantes das redes municipal e estadual do país abandonaram a escola. Deste total, 329.058 se declararam pretos, pardos e indígenas. Os maiores índices de abandono foram registrados nas regiões Norte e Nordeste.

A pandemia deu margem para o sistema educacional de o país aumentar as disparidades raciais, sociais e locais, Um dos problemas estruturais dessa situação é a falta de acesso a Internet para assistir as aulas online, que gerou um dos maiores problemas, o abandono escolar. A mudança para o ensino remoto era a única opção para os alunos continuarem estudando, seguros do vírus. Porém, um em cada quatro brasileiros não têm acesso à internet, representando cerca de 46 milhões de pessoas, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC), de 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).