A dois meses da eleição, Arthur Lira tenta impor pautas de segurança na Câmara que interessam a Bolsonaro
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, aliado de primeira linha de Jair Bolsonaro, tenta impor, a dois meses das eleições, pautas relacionadas à segurança pública que interessam eleitoralmente ao Planalto. Uma delas já caiu e ficou para depois do pleito.
Deputados bolsonaristas da chamada “bancada da bala” ressuscitaram a proposta de instituir a lista tríplice como forma de escolher os comandantes-gerais das PMs nos estados, criar um mandato de dois anos para eles e dar autonomia orçamentária e blindagem política contra eventual demissão. A ideia era diminuir o poder dos governadores sobre as Polícias Militares. Diante da má repercussão, projeto foi retirado da pauta e só deve voltar após as eleições ou até no próximo ano.
Arthur Lira quer colocar em pauta ainda em agosto duas propostas defendidas por Jair Bolsonaro: um projeto que acaba com a saída temporária de presos, conhecida como saidinha; e outro que altera o Código Penal e prevê que assaltos a agências bancárias, com o uso de armas de fogo ou explosivos (o chamado novo cangaço), sejam incluídos no rol dos crimes hediondos.
Resta saber se haverá tempo hábil para aprovar as duas matérias, já que mesmo aprovadas na Câmara, precisam passar também pelo Senado. E a tendência é que nas próximas semanas, deputados federais e senadores “mergulhem” na campanha eleitoral.