Alexandre de Moraes tira sigilo dos depoimentos de investigados por golpe. Ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica colocam Bolsonaro no centro da trama
O ministro do STF Alexandre de Moraes tirou o sigilo dos depoimentos à Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Presidência. Foram liberados os depoimentos de 27 pessoas. Isso inclui Bolsonaro e os ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira.
Em seus depoimentos à PF, os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, general Marco Antônio Freire Gomes e o brigadeiro Carlos Baptista Júnior, respectivamente, confirmaram que Bolsonaro arquitetou a trama golpista. Eles deram detalhes sobre reuniões em que Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira trataram da minuta do golpe. O ex-comandante da Aeronáutica contou inclusive que o ex-comandante do Exército teria cogitado prender Bolsonaro por conta dos planos golpistas.
No depoimento do presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, à Polícia Federal, ele revelou que nunca viu nenhum problema nas urnas eletrônicas, mas que entrou no TSE contra elas porque foi pressionado por Bolsonaro. Na época, o PL recebeu uma multa milionária do Tribunal Superior Eleitoral por levantar suspeita pelo sistema eleitoral sem nenhuma prova.
Valdemar afirmou no depoimento à PF que não concorda com as suspeitas levantadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido, sobre a lisura das urnas eletrônicas e do resultado da eleição de 2022. Ou seja, abandonou Bolsonaro à própria sorte.